Por Este Reino Acima
O dia está lindo, uma luz extraordinária envolve as ruas antigas, as fachadas seculares do centro histórico de Tomar, uma das cidades mais celebradas da História de Portugal. Aqui, sentimos como em não muitos outros lugares no nosso país uma ideia de destino turístico que não falha as expectativas dos visitantes. Não há uma construção ardilosa da imagem medieval da cidade, nem um investimento forçado no apelo místico do seu passado, nem um exagero chauvinista de apreciação subjectiva quando nos referimos ao Convento de Cristo como um dos monumentos mais extraordinários da Europa.
Caminho pelas ruas em esquadria do bairro antigo e sinto-me recuperado, refeito, como novo. Fez-me bem interromper a caminhada durante alguns dias, ocupar a minha cabeça com outros assuntos e voltar a uma cidade ─ habitat congénito de quase toda a Humanidade no mundo em que efectivamente vivemos. Quem diria que o ser humano chegaria a um ponto da sua linha evolutiva em que a permanência nos bosques seria “anti-natura” e o regresso à cidade seria um regresso às origens?